Ops, me copiei!

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Esta semana, assistindo a queridíssima, maravilhosa, temida e adorada Sessão da Tarde, me deparei com um momento “Eu Já Vi Isso”.
Estava passando o filme “Zathura: Uma aventura espacial”, uma cópia descarada do filme Jumanji! O mesmo esquema do jogo de tabuleiro que sugou o último menino que o jogou e o mandou para outro mundo. O jogo fica esquecido por anos até que alguns meninos o encontram e começam a jogar. Coisas e animais saem “do jogo” e invadem a “realidade”.

Imaginei a conversa entre os roteiristas mais ou menos assim:
1- Ei cara, vamos escrever um filme de aventura sobre umas crianças e um jogo de tabuleiro, um jogo tipo mágico!
2- Cara, se liga! Já tem um filme assim, nunca viu Jumanji?
1- Verdade! E agora? Fodeu!
2- Já sei velho, vamos pegar a mesma história do Jumanji e trocamos a floresta por um cenário de ficção científica no espaço!
1-Cara, você é um gênio!

Resolvi pesquisar um pouco sobre os filmes e descobri que as semelhanças vão além.
Ambos filmes são baseados em livros do mesmo escritor, um tal de Chris Van Allsburg.
O que acontece é o seguinte, em 1981 o cara escreveu um livro e alguém do mundinho do cinema leu e resolveu fazer um filme. Em 1995 estreou nos cinemas Jumanji! Estes produtores são espertos, aproveitaram a excitação do público com o filme Jurassic Park (1993) e Jumanji foi um sucesso!




Em 2002 Chris resolveu escrever outro livro, com a mesma história de Jumanji, apenas tirou os bichos e a floresta e colocou uma casa no espaço, astronautas. Tudo isto claro, cheio de efeitos especiais super modernos e muito chroma-key. Para disfarçar ele acrescentou um draminha entre irmãos, problema familiares tipo novela. Finalmente em 2005 estreou Zathura: Uma aventura espacial.





Agora o melhor é que, desta vez, o criador do original foi o mesmo da cópia. Chris Van Allsburg curtiu a grana que ganhou com Jumanji, quis repetir a dose, não teve a manha de inventar algo novo e se auto-copiou!
Sim! Auto-plágio!

É Chris, tenta uma próxima, desta vez não rolou!
Beijosmeliga!

Momento Chester Carlson da Teledramaturgia Brasileira

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Pois é... Eu admito! Assisti "alguns” capítulos de Caras e Bocas. Podem me jogar na fogueira! Mas antes de pagar pelos meus pecados... Preciso desabafar: ô novela cheia de “referências”! Macacos me mordam, Batman!

Com o perdão do momento Xiita, até entendo a importância do uso de referências no processo criativo, mas definitivamente não digiro seu uso indiscriminado. Acho que existe uma tênue linha entre uma produção original (embasada em uma pesquisa coerente) e o ato de brincar de lego com a idéia dos outros.

Pego no pé por um motivo muito simples: o público. Infelizmente, poucas são as produções, que informam ao telespectador as suas bases de inspiração. Por essa linha de raciocínio, pergunto: quem no fim leva o crédito?

Samples, remakes, versões... A lista do grupo de risco é grande. Todas essas produções esbarram na mesma questão: qual parcela da população de fato conhece as obras anteriores que colaboraram com a elaboração desse trabalho? Eis aí o perigo do delito! Sem saber de qual lugar essas idéias aparecem, o crédito tende a ficar com o último que as utilizou.

Até então não pesam os amuos: o trabalho novo serviria, supostamente, para conservar e divulgar aos novos grupos bons trabalhos, mesmo que por vezes obscuros. Mas e aí? Quantos dos mestres da arte do uso da referência de fato citam a matéria-prima “reciclada” em seu material?

Se a conta cessou entre os dez dedos da sua mão, você (assim como eu) acabou de encontrar um novo problema para debater!

Não falo aqui diretamente dessa novela. Não falo também que Walcyr Carrasco trabalha necessariamente na base da cópia. Simplesmente jogo uma observação. Tem quem conceba essa forma de criar como algo positivo assim como tem quem a tome como algo negativo. Há ainda aqueles – e esse é o meu caso – que sentem algo positivo e negativo ao mesmo tempo. Algo que fascina desconfortavelmente.
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Confesso que não sou uma telespectadora assídua. Contudo, encontrei, no mínimo, quatro referências que “já vi em algum lugar”. Provavelmente não são as únicas, mas ficam aí os exemplos. Não comento mais nada... Deixo apenas a idéia no ar.

1) Sintaxe da Linguagem visual da Abertura:



Capa do livro de Donis Dondis, "Sintaxe da Linguagem Visual":


2) Momento Sundance Festival Tupiniquim:



... Cena do filme "A Pequena Miss Sunshine"



2)Momento ninguém segura a rainha do polvilho:



(adiante até 1:09)

... Alguém se lembra da cena final do filme "Ninguém Segura Esse Bebê?"



4)Momento Camila de Nazaré:

Caras e Bocas (2009):



Laços de Família (2000):




5) Momento Aurélia Camargo do século XXI (aka.: O casal mais pentelho do ano):



Folhetim que é folhetim, funciona no papel e na tv, né?
O casal Milena e Nicholas que diga!
Aurélia Camargo é o nome da heroína do romance de José de Alencar, Senhora. Nessa obra, a pobre moça/moça pobre – se apaixona por um caça dotes chamado Fernando. Depois de tomar um pé na bunda do espertalhão do Fernando, a mocinha descobre que ficou rica (sabe aquela herança que você sonha um dia descobrir que tem? Pois é... Só em folhetim mesmo...). Junto com o dinheiro, aparece uma nova chance de se casar com o amor de sua vida de mulher de malandro. Destinada a se vingar da decepção amorosa, Aurélia se casa com o rapaz... E vira a pessoa mais pentelha do mundo. Pentelha mesmo! Cri-cri de galocha! Entre essa vingança pueril e o amor ferido pelo orgulho, o casal redescobre a verdadeira paixão. Nesse tempo, Fernando também descobre novos valores para a sua vida. É a história fictícia de uma redenção que nutre um romance tipicamente água com açúcar, ovacionada pelas provas de vestibular das universidades do Brasil... Se você, cara criatura, é um pouco preguiçosa e desgosta do prazer ofertado pelos clássicos da literatura da língua portuguesa, fica uma dica bem amiga da onça: se joga na novela do macaco! É quase tudo a mesma coisa...

(Eu não sou a única a ver isso!)

Se o hóspede quer bananas, eu quero citações!